MOBILIDADE EM "FERNÃO FERRO" !

Acompanhei este projecto desde a primeira hora.

Os promotores deste blogue, que não conheço, tiveram a amabilidade de me enviarem um comentário divulgando o seu aparecimento.

Assim, desde a primeira hora este blogue ganhou um interessado leitor.

Ganhou-o, em primeiro lugar, porque enquanto autarca, sinto que tenho a obrigação de acompanhar os movimentos dos cidadãos. As suas preocupações, os seus anseios, as suas críticas e os seus recados.

Em segundo lugar, pela correcção, linearidade do projecto e princípios a que se propuseram. Também pelo vosso bom senso. Escolheram um nome, defenderam-no acima de qualquer suspeita, mas tiveram o bom senso e a humildade de perceberem que se querem ser um alter ego da população, então terão de a ouvir; E se havia muitas queixas sobre o nome, porque não mudar? Não foi falta de convicção, mas extremo bom senso; O que vos recomenda.

Em terceiro lugar porque estou a torcer por vocês. Quem dedica o seu tempo à causa pública, tem de ser merecedor do nosso aplauso.

O desafio que me lançaram, é estimulante, mas essencialmente acarreta um risco maior para os autores do blogue, do que para mim.

Pediram-me imparcialidade, isenção, apartidarismo. Eu conheço-me, sei que sou capaz disso, sei os princípios com que me norteio, mas admito que muita gente que não me conhece, apenas me identifique com o partido que represento, esquecendo que fui convidado a título particular.

Por isso, o risco é todo vosso. Propuseram-se a corrê-lo e eu só tenho de dignificar e corresponder a esse risco.

Pediram-me que falasse sobre mobilidade na freguesia de Fernão Ferro. Responder-vos-ei, como podemos falar do tecto sem antes ter falado das paredes?

Fernão Ferro, localidade com potencialidades impares no campo do urbanismo e do ordenamento do território, logo, de uma política de mobilidade exemplar, é o exemplo acabado de um sonho desperdiçado.

Está tudo por fazer e, pior, o que se tem feito não augura nada de bom.

As ruas e estradas, os sentidos de trânsito, a sinalização, os buracos com que a população é diariamente assaltada (quanto não gastarão em suspensões para os automóveis???).

A falta de uma política de ordenamento, com a Câmara e a Junta a assobiarem para o ar, culpabilizando as AUGIS e estas responsabilizando a Câmara e a Junta de Freguesia só podiam dar o resultado que está à vista.

Com as soluções que todos vão apontando, condimentem-nas e reivindiquem a quem de direito. Às oposições também.

A política deve visar o bem comum – o bem público.

Quem não o entender, deverá dar a vez a outros.
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Nota: um conselho. Sob hipótese alguma se deixem partidarizar, poisperderão de imediato todo o capital de confiança em vós depositado.

Paulo Edson Cunha
Advogado


"por Fernão Ferro":
Caro Dr. Paulo Edson,
Agradecemos imenso, a contribuição que efectuou para este fórum. É muito aprazível que surjam outros cidadãos com ideias e sugestões que contribuam para irradiar as deficiências da Freguesia de Fernão Ferro.
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FF aos 26.09.2008

2 comentários:

Anónimo disse...

Não posso estar mais de acordo com o que diz o Dr. Paulo Edson.
Como sempre coloquei os interesses da freguesia e dos seus moradores acima de quaisquer outros, porque para mim as pessoas e a sua qualidade de vida estão primeiro, já por várias vezes abordei na Assembleia de Freguesia a problemática da nossa mobilidade que por ser deficiente contribui em muito para a grande sinistralidade rodoviária que temos em redor da freguesia.
A razão do estado calamitoso que temos na nossa política de mobilidade está, como refere o Paulo Edson e bem, na falta de paneamento e também na sua concepção.
Não é preciso ser um especialista na matéria para perceber o que está errado.
A começar pela mobilidade dos transeuntes, a situação que temos nos passeios é calamitosa.
Qualquer pessoa com crianças pela mão ou num carrinho de bébé, ao andar nos passeios das ruas de Fernão Ferro coloca a sua vida e a das crianças em risco de serem atropeladas porque aqueles não estão completos e, como tal, muitas das vezes obriga a saír deles para entrar na zona de movimento dos automóveis.
Na minha opinião este problema só acontece porque a CMSeixal sacode a responsabilidade da sua construção para cima dos proprietários dos lotes.
E se estes têm o terreno sem qualquer habitação naturalmente não vão construír os passeios.
Até pelo facto de os passeios pertencerem ao domínio público estes deviam ser feitos pelo município como aliás acontece em todo o lado.
Os canteiros nas esquinas das ruas não são uma mais-valia. Pelo contrário. Exigem muita mão-de-obra que devia estar ocupada a retirar o mato onde ele abunda.
Além disso atrapalha a circulação dos invisuais e de quem tem que usar uma cadeira de rodas.
Nos transportes públicos há ainda muito para fazer e não podendo estes ír à casa de cada um, podia muito bem haver uma melhor articulação entre eles.
Numa freguesia com as características da nossa e com a população idosa que temos, talvez fosse uma boa idéia existir, a circular no seu interior, um meio de transporte como aquele que circula em Sesimbra entre a vila e o porto de abrigo.
Seria mais útil e mais barato.
O estacionamento em ruas estreitas só devia ser permitido num lado da rua e não nos dois pois desta forma ainda mais estreita a rua e dificulta assim a circulação de viaturas.
Para se incentivar o uso das bicicletas é preciso primeiro ter condições de segurança para os ciclistas.
E não temos.
Há muito que se fala numa ciclovia em redor da freguesia e com ligação à baía do Seixal.
Mas esta é mais uma das muitas coisas que só ouvimos falar de quatro em quatro anos. Depois cai no esquecimento.
Gostaria também de falar sobre a sinalética e a sua omissão ou má colocação. Para isso vou enviar ao blogue um texto que apresentei na Assembleia de Freguesia sobre a sinistralidade na mesma. Será interessante para todos aqui poderem acrescentar algo mais a ele, visto esta ser uma das questões que é fundamental para as nossas vidas e pela qual sempre me bati.

Anónimo disse...

Muito bem exposto. Concordo e subscrevo inteiramente a visão do Dr Edson.